Encruzilhada
Encontrei uma nova estrada, esquecida no tempo, do tempo que o tempo tem.
Humilhada pelas areias do vento norte, que no meu regaço se deleitam.
Conheço o seu nome de criança.
Estrada menina, alegre, na pele que veste horizontes,
que brilha como pirilampos brilham numa noite macia, qual farol órfão de mar,
orientando loucos viajantes pelas suas margens.
Seu destino, perturbado pelas garras do homem gigante, vacila em noites de tempestade
e na violência das palavras se recolhe em corpos reféns.
O teu, o meu...o teu, o meu...o teu e o meu.
Os corpos pausados no stop de uma qualquer estrada,
perdida no tempo e pelo tempo que perdemos,
como se a vida fosse uma encruzilhada.
Imagem: pintura de Marcio Melo.
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