BLOG DOS POETAS ALMADENSES

«A poesia é o espelho da cultura de cada país e nela se reflectem os estados de alma, anseios e aspirações... tudo o que diz respeito ao mais íntimo das pessoas, dos povos e da humanidade... que seja dita e cantada, que sirva para conectar para além do espaço das ideologias e dos sistemas, porque A POESIA É, FUNDAMENTALMENTE, UM ESPAÇO DE LIBERDADE.»

quarta-feira, setembro 27, 2006

Parceria com o Museu da República

Recebemos ontem a notícia de que o Museu da República (Rio de Janeiro) irá apoiar a nossa iniciativa, oficialmente:

«Sentimo-nos honrados com o convite recebido. Tenha certeza que apoiaremos em tudo o que nos for possível.

A causa do estímulo à produção da boa poesia e da preservação de sua produção têm o nosso compromisso.

Indicamos o Professor Ricardo Ruiz para representar o Museu da República nos contatos em que nosso apoio se faça necessário. Trata-se de poeta reconhecido em nosso país e organizador de obras publicadas por nossa Editora Museu da República, assim, pessoa altamente qualificada para dar continuidade a esta louvável parceria.

Cordialmente
Regina Weissmann
Diretora de Eventos
»

Este contributo é imprescindível à construção da “ponte poética” que pretendemos estabelecer entre Portugal e o Brasil, por isso aqui deixo os nossos reconhecidos agradecimentos.

terça-feira, setembro 26, 2006

Novos contributos IV

Obrigada a ambos pelo seu contributo.
Fotografia: Cais dos ferry-boats, em Cacilhas (de Ermelinda Toscano).

sexta-feira, setembro 22, 2006

"só mais um" poeta



Didier Ferreira até pode ser "só mais um" poeta, como costuma dizer. Mas, para nós, é um autor almadense que temos muita honra em receber, tal como a todos os outros que têm vindo até nós e que nos dão força para seguirmos em frente com a realização deste Encontro.

Deixo-vos, então, o poema: «Que bom que é poder escrever» (basta clicar no título).

Fotografia: Trafaria ao entardecer, de Ermelinda Toscano.

Novos contributos III


Mais dois contributos de poetas almadenses, a quem agradecemos a colaboração:
Fotografia: Entardecer no cais de Cacilhas (de Ermelinda Toscano).

terça-feira, setembro 19, 2006

Poetas & Vozes D'Almada


A primeira etapa das gravações do CD Poetas & Vozes D’Almada, já está concluída.
Com o apoio de David Reis e Carlos Nobre, que irão ser os responsáveis pela produção do disco, procedeu-se à gravação, no passado dia 17 (domingo), no estúdio da Quinta do Conde, dos primeiros poemas declamados por várias/os almadenses (autores e/ou apenas declamadores de poesia).

Com a colaboração de António Boieiro (que tem sido o coordenador desta tarefa específica), José Vaz, Maria Gertrudes Novais e Paulo Moreira, foram gravados diversos poemas dos próprios e de outros poetas da nossa terra. E, durante a próxima semana, irão ser gravados mais uns quantos trabalhos desta vez por José Nogueira Pardal e António Boieiro.

Do Brasil chegará, ainda, a intervenção de Ricardo Ruiz, o representante dos poetas brasileiros que estão connosco neste projecto, que inclui, como temos vindo a noticiar, o ambicioso objectivo de construir uma “ponte poética” entre Portugal e Brasil: porque pretendemos unir pela poesia aquilo que o oceano separa... duas culturas, uma mesma alma poética.

Quanto à edição do CD, a mesma vai ser da responsabilidade da This.Co, uma cooperativa que apoia, promove e divulga projectos alternativos. Em representação desta editora, Luís Van Seixas irá estar presente no painel de reflexão para partilhar connosco a sua experiência.

A todos os aqui citados (autores, declamadores, produtores e editores) a organização deixa aqui o seu público agradecimento, porque sem estes contributos não seria possível levar a bom porto um evento como o I Encontro de Poetas Almadenses. Muito obrigada.
Fotografia: Manuel Barão.

segunda-feira, setembro 18, 2006

Mais um pilar da nossa "ponte poética"

Aos poucos lá vamos construindo a nossa "ponte poética" entre Portugal e o Brasil.
Hoje apresentamos mais dois poetas de língua portuguesa. A ambos o nosso muito obrigado.
Filipe Raveira (Portugal)
Fotografia: autor desconhecido.

Chegámos ao Brasil

Obrigada Elaine Pauvolid por divulgar o nosso evento na Revista Aliás.
E vamos esperar que a "ponte poética" seja um êxito.
Que a poesia una o que o oceano separa.

domingo, setembro 17, 2006

Encruzilhada


Encontrei uma nova estrada, esquecida no tempo, do tempo que o tempo tem.
Humilhada pelas areias do vento norte, que no meu regaço se deleitam.

Conheço o seu nome de criança.
Estrada menina, alegre, na pele que veste horizontes,
que brilha como pirilampos brilham numa noite macia, qual farol órfão de mar,
orientando loucos viajantes pelas suas margens.

Seu destino, perturbado pelas garras do homem gigante, vacila em noites de tempestade
e na violência das palavras se recolhe em corpos reféns.
O teu, o meu...o teu, o meu...o teu e o meu.

Os corpos pausados no stop de uma qualquer estrada,
perdida no tempo e pelo tempo que perdemos,
como se a vida fosse uma encruzilhada.

Imagem: pintura de Marcio Melo.

Afectos

Trago
um afecto
escondido

Não falo
Não cito
Não oiço

No silêncio
guardada
insana
intensa
tutela
respiro

Lembrança

facas
arremessos
tempestades

Dito por não dito

afecto escondido
cá dentro
profundo

É o meu direito

Não riam

O afecto
escondido
bordado

é a minha manta de retalhos

Fui eu só que a construí
Mas está sempre dentro de mim.
Fotografia: autor desconhecido.

Perdição


já tive sonhos
mas sonhei de olhos fechados
nunca quis enfrentar a realidade
sempre procurei os meus caminhos
acabei sempre perdido
destinado a não ter destino

um gesto de atenção pode mudar um destino
o sentimento mais puro é a amizade que tenho contigo
não caias no vazio
não percas o fio à meada
nunca me digas que não vales nada
não sofras em vão por pessoas que nem sabem o que são
deus perdoa
mas a razão não existe
tu sofres e o meu desespero persiste
ouve a minha voz
a voz de quem acredita em ti
livra-te dos teus demónios
mas não me deixes assim

uma palavra
um gesto
um minuto
afecto
carinho
amor
respeito
ou dissabor
palavras que o vento leva
a outra face da moeda
numa relação que pensei um dia ser eterna.

Fotografia: autor desconhecido.

Novos contributos II

Fotografia: Nascer do sol no cais (Cacilhas), de Ermelinda Toscano.

sexta-feira, setembro 08, 2006

Logótipo do Encontro


É este o nosso logótipo. Criado, em tempo record, por Pedro Alves, a pedido do Tó Boieiro ontem à noite (num apelo desesperado já passava das 22h). E, hoje, logo de manhãzinha, cá estava este excelente trabalho.

Por isso, não podemos deixar de dar os parabéns ao Pedro Alves e agradecer-lhe a pronta colaboração. Aqui fica, pois, registado o nosso público agradecimento, em nome da organização:

Henrique Mota, em representação do FAROL (Associação de Cidadania de Cacilhas);
Luís Milheiro, em representação da SCALA (Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada);
António Boieiro e
Ermelinda Toscano, ambos a título individual.

Aproveitamos a oportunidade e agradecemos, também, ao Mário Nery a disponibilidade demonstrada e a colaboração que nos prestou desde início.

Muito obrigada a ambos.

terça-feira, setembro 05, 2006

Acorda e voa

Nessa tempestade ali perdida
nosso amor, o mundo sente.
Corpo e alma, desprevenida
Um outro lugar, novo presente.

Leve sonho, procuro e insisto
e naquele momento existo.
Toque quente nesse dia
Todo o meu corpo, ali ardia.

Acorda e voa, ave liberta
Perto de ti, sinto-me leve.
Num só gesto que me desperta
Perto de ti, suspiro em breve.

Nasce, cresce e amadurece
Sentimento esse que começa
sempre tão bom, não adormece
Loucura sã, uma promessa.

Longo sonho, procuro e insisto
e naquele momento existo.
Toque quente nesse dia
Todo o meu corpo, ali vencia.

Acorda e voa, ave liberta
Perto de ti, sinto-me leve.
Num só gesto que me desperta
Perto de ti, suspiro em breve.

Susana Barão

sexta-feira, setembro 01, 2006

"Blow up" ou o encanto das traduções proditoras

Acabado de chegar do Brasil, uma gentil oferta do nosso colaborador Alexandre Sartorelli:
Nós éramos tão bonitos.
Em um tempo em que dizíamos:
Eu acredito.

A música não era
A que se toca hoje pois
Nossos ouvidos são os de ontem.

Roubamos as rosas
E outros exageros,
Mas as devolvemos
Antes daquele beijo.


J. Alexandre Sartorelli, Agosto de 2006.
Notas do autor sobre esta poesia:
- proditoras é assim mesmo, não é produtoras e quer dizer traidoras (de vez em quando faço a minha colecção de palavras arcaicas).
- aqui no Brasil o filme de Antonioni "Blow up" recebeu o título "Depois daquele beijo". Já vi o filme (muito bom) e não descobri o motivo da tradução…
Imagem: O Beijo, de Élia Laranja.