BLOG DOS POETAS ALMADENSES

«A poesia é o espelho da cultura de cada país e nela se reflectem os estados de alma, anseios e aspirações... tudo o que diz respeito ao mais íntimo das pessoas, dos povos e da humanidade... que seja dita e cantada, que sirva para conectar para além do espaço das ideologias e dos sistemas, porque A POESIA É, FUNDAMENTALMENTE, UM ESPAÇO DE LIBERDADE.»

domingo, fevereiro 25, 2007

E cada vez estão melhores


Ontem, o último sábado do mês de Fevereiro, aconteceu mais uma sessão de "Poesia Vadia"... Dois dedos de conversa à porta antes de entrar, para não perturbar o silêncio que se escuta sempre que um poeta declama seja a sua obra ou de outros...



E, como de costume, forma muitos os que marcaram presença no café «Sabor & Art». Os que são presença assídua, mas também caras novas.
O ambiente inspira, torna ousados os mais tímidos...


Mesmo que os nervos traiam a vontade, aqui todos ganham coragem para partilhar os seus trabalhos ou, simplesmente, declamar os poemas dos autores que mais apreciam.

A poesia está em todo o lado, sente-se, respira-se...



Por cima das mesas os livros de poesia esperam o momento de se abrir para o público que escuta, atentamente, as palavras que se soltam no ar.


Todos estão atentos. Mesmo os que vão escrevendo...


Aproveitando um pequeno intervalo, Henrique Mota informa todos os presentes das próximas iniciativas que estão a ser programadas, embora ainda sem data marcada:
A apresentação do CD "Poetas & Vozes d'Almada" na sala Pablo Neruda do Fórum Romeu Correia, por convite do director da Biblioteca Municipal;
Uma sessão interactiva entre Portugal e o Brasil, directamente de Cacilhas para o Rio de Janeiro. Uma parceria com o Museu da República.
Ermelinda Toscano falou, ainda, das comemorações do Dia Mundial da Poesia - 21 de Março (4.ª feira), pelas 21h, ali mesmo no Café «Sabor & Art»:
Lançamento do Livro de Isidoro Augusto, Os Pássaros e o Azul, e do lançamento de vários números dos Cadernos Uma Dúzian de Páginas de Poesia - 2.ª série.


E a poesia voltou a ser a rainha... começou era dia e já anoitecera... mas os poetas continuavam cheios de ânimo.

Como se pode ver pelas fotografias acima e em baixo.



Mesmo quem chegou atrasado por vir de viagem, não perdeu um dos momentos altos do dia: uma rábula protagonizada pela Rosette e pelo Pardal, que fez as delícias de todos os presentes.


E era vê-los de sorriso nos lábios...


E apesar desta reportagem terminar aqui (porque a autora das fotografias teve de se retirar maiscedo, com muita pena mas... tinha mesmo que ser) a sessão continuou ainda durante muito mais tempo... Agora é só esperar pela próxima! Um mês passa depressa...

Jantar convívio


Aconteceu na passada sexta-feira (dia 23 de Fevereiro). Os Poetas Almadenses juntaram-se no Café «Sabor & Art», à hora do jantar, e foi... uma festa.
A casa esteve cheia (32 lugares sentados - lotação esgotada)... fosse o espaço mais amplo, teriam aparecido muitos mais.


Por detrás do balcão temos a família que nos recebeu de forma soberba: pela simpatia e pela qualidade dos petiscos que nos ofereceram. Por isso, aqui fica o nosso muito obrigada a todos, e sem querer destacar ninguém, um elogio muito especial para a cozinheira que fez umas "lulas recheadas" e umas farófias de comer e chorar por mais...
Nem a propósito, tivemos direito a acompanhamento musical inesperado... depois de tocar algumas modas, beber um copito de vinho branco (oferta da casa), o imigrante romeno lá acabou por levar uns bons trocos para casa.
Findo o repasto, Henrique Mota anunciou o início da tertúlia poética... e logo os autores presentes se afadigaram a escolher o poema a ser lido.


António Boeiro foi o primeiro e a todos encantou com a forma emotiva como declamou alguns trabalhos seus. De seguida, coube a vez a Bernardes-Silva que leu um seu original intitulado «Carta Aberta à "Velha Guarda" Política».


Depois, tomou a palavra Fernando Barão, um dos mais conceituados escritores da nossa terra (Almada, pois então) para nos contar, no seu jeito tão característico, uma pequena anedota. Terminou a sua intervenção fazendo uma pequena homenagem a José Afonso (o nosso poeta da liberdade e da utopia), falecido há precisamente 20 anos (23 de Fevereiro de 1987).
Entretanto, apesar de ainda estra a recuperar de umas fortes anginas, Gertrudes Novais não podia deixar de declamar um poema com toda a garra que lhe é conhecida.

Nogueira Pardal e Paulo Moreira foram os poetas que se seguiram, merecendo um grande aplauso dos presentes.


Tal como aconteceu após Rui Diniz ler alguns poemas seus. Assim como a Victor Reis, que criou um belo soneto acerca deste momento: o «Sabores e Arte».


No final, a satisfação dos presentes era evidente e nem a conta os fizeram perder o sorriso: 12 euros / pessoa foi um preço que todos consideraram muito bom para um jantar destes (incluindo entradas - queijo, pão, manteiga, paté, salada de feijão frade com atum; bebidas à descrição - água, vinho branco / tinto, ou sumo; o prato - lulas recheadas com puré ou arroz e salada mista; sobremesa à escolha - farófias, arroz doce, mouse de manga, baba de camelo, fruta, etc. e, finalmente, o café... os digestivos eram à parte).


Na despedida, uma certeza ficou... esta é uma experiência a repetir! E já há quem esteja a pensar na ementa... a do estômago e a da alma.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Poesia Vadia de Fevereiro

Aqui fica o nosso convite. Venham e tragam um amigo também!
Aproveitamos a oportunidade e oferecemos a todos vocês um conjunto de poemas que são uma verdadeira homenagem a todas as poetisas (e não só, obviamente):
Corpo de Mulher, de Vicktor Reis.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

O Amor é...

(Namorando na Relva, Jardim de Belém - Lisboa. Fotografia de Ermelinda Toscano)

Hoje é DIA DOS NAMORADOS. Por isso aqui vos deixamos uma colectânea de quadras coligidas por Joaquim Sarmento:
Aqui tens o meu coração
E as chaves para o abrir;
Não tenho mais que te dar,
Nem tu mais que me pedir.
Poesia Popular
***

Vai alta a nuvem que passa
Vai alto o meu pensamento
Que é escravo da tua graça
Como a nuvem é do vento.
Fernando Pessoa
***

Nas ondas do teu cabelo
Vou-me deitar a afogar:
É para que saibas amor,
Que há ondas sem ser no mar.
Poesia Popular
***

Meu coração a bater
Parece estar-me a lembrar
Que, se um dia te esquecer,
Será por ele parar.

Fernando Pessoa
***

Se as saudades tivessem
As penas que dizem ter:
A todo o instante eu voava,
Meu amor para te ver.

Poesia Popular
***

Amor é fogo que arde sem se ver,
É ferida que arde e não se sente;
É um descontentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
Luís de Camões
***

Os olhos do meu amor
São duas azeitoninhas;
Fechados são dois botões,
Abertos duas rosinhas.
Poesia Popular
***

Vossos olhos, senhora, que competem
Com Sol em formosura e claridade,
Enchem os meus com tal suavidade.
Que em lágrimas de vê-los se derretem.
Luís de Camões
***

Não te encostes à parreira
Que pode cair no chão;
Encosta-te ao meu amor,
Do lado do coração.

Poesia Popular
***

Eu quero amar perdidamente!
Amar só por amar. Aqui … Além…
Mais este e aquele, o outro e a toda a gente…
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Florbela Espanca
***
E terminamos com esta definição poética de Amor, escrita por uma criança há quase meio século:
Amor é um pássaro verde
Num campo azul
No alto da madrugada.

Vítor Moreira, 9 anos (1959)
in, A Criança e a Vida, de Maria Rosa Colaço

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Concurso de Poesia