BLOG DOS POETAS ALMADENSES

«A poesia é o espelho da cultura de cada país e nela se reflectem os estados de alma, anseios e aspirações... tudo o que diz respeito ao mais íntimo das pessoas, dos povos e da humanidade... que seja dita e cantada, que sirva para conectar para além do espaço das ideologias e dos sistemas, porque A POESIA É, FUNDAMENTALMENTE, UM ESPAÇO DE LIBERDADE.»

domingo, abril 01, 2007

O Poeta Pobre

ÍRIO RODRIGUES é um poeta popular brasileiro (que assinava como "O poeta pobre"), já falecido, que tivemos a oportunidade de conhecer (a sua obra, melhor dizendo, uma ínfima parte dela) no passado Dia Mundial da Poesia durante as comemorações no café «Sabor & Art».
Um cliente, também ele brasileiro, levava consigo o livro cuja imagem mostramos e pediu ao prof. Alexandre Castanheira que lê-se um poema deste seu conterrâneo que muito admirava. E, assim, Írio Rodrigues transformou-se em mais um pilar da "ponte poética" que estamos construíndo para atravessar o oceano Atlântico e unir Portugal ao Brasil...
Deixamo-vos aqui o "cartão de visita" que Írio escreveu nesta sua colectânea:
«Almejo que o conteúdo de minha obra aqui repassada, exprima sobremaneira a vastidão dos meus sentimentos, retrate a sensibilidade emotiva de minh'alma.
Na vazão cantante de uma rima, eu possa através de minha expressão simples e popular, tocar fundo as profundezas do vosso ego, enlevando vosso ser, a sublimes momentos de êxtase e encantamento.
Aqui está gravada a canção emotiva deste canarinho cantor. Seus melancólicos acordes, você os ouvirá, com desvelada ternura na quietude da sua solidão. Vasculhará fundo o ninho onde habita a sua alma enternecida e altissonante que em meio a tantas tristezas e solidão, ainda entoa um hino de amor.»
E, como não podia deixar de ser, um poema (que foi uma difícil escolha, podem crer):
POBRE RIQUEZA
Negros e brancos
Ricos e pobres.
Ninguém é nobre
Somos iguais
Ante o túmulo
Não há reinado
Reis e rainhas
São igualados
Aos desgraçados
Ninguém é mais.
Aristocratas!
Barões, nobreza
Pobre riqueza
É tudo vão
São consumidos
E esquecidos
Monte de ossos
É o que são.
Veja a versão completa AQUI.