BLOG DOS POETAS ALMADENSES

«A poesia é o espelho da cultura de cada país e nela se reflectem os estados de alma, anseios e aspirações... tudo o que diz respeito ao mais íntimo das pessoas, dos povos e da humanidade... que seja dita e cantada, que sirva para conectar para além do espaço das ideologias e dos sistemas, porque A POESIA É, FUNDAMENTALMENTE, UM ESPAÇO DE LIBERDADE.»

quarta-feira, junho 20, 2007

Solidão da madrugada

Directamente do Brasil, mais um contributo para ajudar na construção da nossa ponte poética... este lindo poema de João Pedro Roriz*:
Quatro horas da manhã,
a chuva iniciou o seu ritual de verão.
É cheiro de terra molhada,
é cheiro de vida! Logo a passarada
despertará a aurora.

Oh, renascença da alma
– caminhada de descobertas diárias,
abarcar perpétuo da vida!
Quando se viaja cego pela madrugada.
Cada segundo é semeadura.

A poesia pura escoa pelos dedos
e perde-se na eternidade.

Resguardo a saudade por meus parnasos
sem medo da marginalia,
que, durante a noite de inspiração,
açoita o cabaré dos seres pensantes.

A padaria ao lado de casa,
exala um delicioso cheirinho de pão.
É pão fresquinho, primeiro poema...
solidão quente, igual a gente,
igual ao padeiro, igual ao poeta.


*João Pedro Roriz é escritor, autor do livro/cd A POESIA TEATRAL (Ibis Libris, 2006) e no próximo dia 4 de Julho de 2007, às 17h, irá lançar o livro LIRAS DRAMÁTICAS (ViaNapoles Editores), no Castelinho do Flamengo, na Praia do Flamengo, 158 - Rio de Janeiro. Mais informações em: http://www.jproriz.blogspot.com/