Depois da raiva
da pedra ou
da palavra
tanto faz
já que de um outro
rio
tenho fresca a memória
da água.
é dela a culpa
falo-vos então da distância
aqui palavra apenas
essa deusa rubra
haverá ainda
um traço leve
onde habite a água
e o lento rasgar
de garganta
água ou sangue tanto
faz
agora aqui mesmo cresce nasce
um outro interesse
e assim sílaba a sílaba
um fio de erva
“triste pedra”
que sabes tu do
meu corpo que é
triste pedra
ardente sílaba
barro ou merda
que sabes tu
se em mim a palavra
morre ou nasce
remo como quem rema
canto como quem cante espalhe.
Sessão de poesia A Palavra e o Seu Corpo (poema e fotografia: Isidoro Augusto).
Etiquetas: A Palavra e o seu Corpo
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