Um ponto escuro
só no muro a palha
arde
agora entre os flancos as mãos
procuram invadem
o fundo
o mesmo fundo
que ao bater apressado
do coração o susto
de quando a terra nade
com o seu cuspir duro
agora o voar alto
do milhafre
empresta ao céu de azul
pela tarde
um ponto escuro
enquanto o cão transido
dorme
ali mais adiante
é desferido
um uivo
uma dor em grito
um velho enleio à corda acode
enquanto à palavra o sussurro.
arde
agora entre os flancos as mãos
procuram invadem
o fundo
o mesmo fundo
que ao bater apressado
do coração o susto
de quando a terra nade
com o seu cuspir duro
agora o voar alto
do milhafre
empresta ao céu de azul
pela tarde
um ponto escuro
enquanto o cão transido
dorme
ali mais adiante
é desferido
um uivo
uma dor em grito
um velho enleio à corda acode
enquanto à palavra o sussurro.
estranha luz
sobre a mesa uma
garrafa de vinagre
ao lume
com feijão o arroz
uma luz de fresta
do telhado irrompe
enquanto no silêncio
a minha avó
a quem a morte
desta vez se lembrou
o preto que a casa invade
o susto
o estranho
e o inexplicável
o abalar da vida
que à morte
o corpo deixou
o choro que à lágrima
acode
o desgosto que a saudade
traz
neste triste fado
estranha luz.
mais ao sul
longe vai ficando
o doce canto
das calhandras e
rouxinóis
à surdina da noite
chega
a mulher de foice
no seu esgrimir de espada
os trigais
cansada
a porta à casa abre
nas mãos agora a erva
junto ao peito sua dor
ao olhar sua seiva
à água todo o mel
longe vai ficando
o doce canto
das calhandras e
rouxinóis
à surdina da noite
chega
a mulher de foice
no seu esgrimir de espada
os trigais
cansada
a porta à casa abre
nas mãos agora a erva
junto ao peito sua dor
ao olhar sua seiva
à água todo o mel
o homem mais ao sul.
Sessão de poesia A Palavra e o Seu Corpo (poema: Isidoro Augusto; quadro: Luís Miguel).
Etiquetas: A Palavra e o seu Corpo
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