Acontece
fiquei sem
sítio sem
lugar
há quem diga que
assim
com a voz e os sentidos
descem
as pequenas palavras
ao palco
ao circo
para falarem da velha
erva
e da sombra de suas águas
encontrando nestas
a luz e o caminho como
dádiva de um perpétuo
movimento
onde os anjos
caídos
espreitam
desviando as cortinas enquanto
minha mãe reza
às almas
num ritual aberto
no fundo
ora
ao inevitável
encontro.
“um santo”
acreditem
nunca tinha pintado
um santo
as palavras assim saem
de mim
destroçadas
rasgadas
abertas
agora entendo o rosto
como um todo
do corpo
esquartejado ou
inteiro
tanto faz
quase sempre em
silêncio
parto.
Sessão de poesia A Palavra e o Seu Corpo (poema e fotografia: Isidoro Augusto).
Etiquetas: A Palavra e o seu Corpo
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