Poema em construção
melhor dizendo
pensamentos
que estando
constantemente
em oposição
à transparência
retomam a noção de abrigo
e de encerramento
em vez de se procurarem
camuflar na
paisagem
erguem-se na
vertical
impondo-se vaidosamente à
sua natureza.
mas uma perturbante ambiguidade
assalta a coerência habitual
deste novo poema edifício
as quatro águas da coberta
não serão afinal faces
de um conhecido
poliedro
aproximam-se sim
da racionalidade compositiva
de um tal meteorito.
ou pelo menos residem
nessa pretensão.
o poema assim se sente
depurado e
silencioso
como um velho edifício
onde as próprias janelas aqui
são
como superfícies calafetadas
que emergem à superfície de betão
ele é uma espécie de rochedo
esculpido e rugoso que
na sua determinação
geométrica e
engenho construtivo
assim se distingue no uso
das palavras
por mais comuns…
ele há uma certa avidez
pelo absoluto
quando tudo é tão relativo
será este o caminho
que ao divino anseio
a todos nos leva.
Sessão de poesia A Palavra e o Seu Corpo (poema e fotografia: Isidoro Augusto).
Etiquetas: A Palavra e o seu Corpo
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