Dia 26, na Alma Alentejana, no Laranjeiro - 15h. Poesia D'Abril e não só!
UM TELEFONEMA E UM CRAVO
Em memória do Hélder Raposo
que me ligou às 5 e 30 do dia 25 de Abril
Cansado da vida e da dor, dormia
o sono atormentado dos que lutavam,
dos que vencendo o medo acreditavam
que a liberdade pouco tardaria.
Tocou o telefone, não era dia.
Porquê a meio da noite lhe ligavam?
Porquê em sobressalto o acordavam?
Pegou no telefone e alguém dizia:
Alentejano amigo, vem depressa,
a liberdade já não é uma promessa
o futuro é já hoje meu irmão.
Não sabe o que depois aconteceu,
sabe que no meio da tropa se perdeu
a chorar e a cantar, cravo na mão.